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Ação da Cogna (COGN3) despenca enquanto empresa enfrenta seu ‘maior vilão’ | Empresas


Isso quer dizer que o maior vilão da Cogna nesta sessão é outro. E um que desafia a recuperação do papel já há alguns anos: os juros. Por isso, a maior concorrente da empresa na bolsa, a Yduqs, também opera em queda livre hoje. O papel da par setorial recuava 6,53% no mesmo horário, a R$ 15,02.

O principal movimento de mercado hoje é a “empinada” na curva de futuros dos juros (DI), enquanto os agentes processam o comunicado mais rígido do Banco Central (BC) sobre a Selic, com indícios de que os cortes na taxa de juro não só desaceleraram como podem ter chegado a um fim ontem.

Um horizonte com uma taxa de juro mais alta do que era esperado pelo mercado traz pessimismo às teses para essas empresas. A começar que esse cenário de política monetária em campo restritivo estrangula a oferta de crédito no mercado, o que afeta, por consequência, a demanda para o mercado privado de ensino superior.

Com menos renda disponível e difícil acesso a empréstimos, menos pessoas conseguirão bancar cursos particulares – menos matrículas e mais abandono – o que impacta a receita dessas instituições.

Além disso, o patamar de juros está diretamente relacionado ao serviço da dívida dessas empresas, isto é, o custo desse bolo com o passar do tempo por conta das taxas. Cogna tem um endividamento relevante.

A ponto de a companhia já ter perspectiva de fazer captação de R$ 1,1 bilhão neste segundo trimestre para reduzir seu endividamento, da ordem de R$ 3 bilhões. No primeiro trimestre, o endividamento da companhia era equivalente a 1,73 vez lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês).

A digestão do balanço da Cogna

Mas fato é que a ação da Cogna tem mais uma pedra amarrada aos seus pés hoje: o balanço. Os analistas Marcio Osako e Caio Rocha do Bradesco BBI ressaltam que as margens da companhia foram impactadas pelo aumento nas despesas de marketing, resultado das campanhas envolvendo a Anhanguera e o ciclo mais pesado de captação de matrículas no período.

Já o Citi considerou os resultados da empresa fracos no primeiro trimestre, com tendências de margens e de geração de caixa piores do que o esperado para o período, diz o Citi.

Os analistas Leandro Bastos e Renan Prata, do banco americano, também alegam que o aumento nas despesas deixou o Ebitda 2% abaixo das estimativas.

O banco afirma que as margens ainda podem se normalizar ao longo do ano por conta de menores gastos com marketing, concentrados nos primeiros meses. Além disso, destacam que ainda está aberto se o bom desempenho da Kroton é sustentável.

O Citi e o Bradesco BBI têm recomendação neutra para Cogna, com preço-alvo em R$ 3,90 e R$ 2,50, respectivamente.

Com informações do Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.

Luta — Foto: Getty Images
Luta — Foto: Getty Images



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