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Por que a ação da Azul (AZUL4) está caindo hoje? | Cotações de ações


A Azul figura entre as maiores quedas do Ibovespa nesta sexta (12), experimentando um cenário mais pessimista para os negócios. Perto das 12h40, a ação recuava 7,33%, a R$ 11,50. A semana, marcada pela piora de indicadores macroeconômicos para as aéreas, é coroada pela alta forte do petróleo. Por isso, os papéis de Gol também caem no pregão. No mesmo horário, a concorrente caía 3,36%, a R$ 1,44.

A disparada dos contratos futuros de petróleo é má notícia para o setor, que tem cerca de 40% de seus custos operacionais atrelados ao querosene de aviação (um derivado do petróleo). Se o preço do combustível sobe, portanto, o lucro das companhia aéreas cai.

Às 12h45 (de Brasília), os contratos para junho do barril Brent (referência global) negociado na Intercontinental Exchange Europe avançava 1,58%, a US$ 91,16. O petróleo tem ficado mais caro diante do acirramento dos conflitos e guerras, em que refinarias são alvos frequentes. Assim, a perspectiva para a oferta cai, enquanto os grandes mercados mundiais seguem com economias aquecidas. Alguns dos maiores produtores da commodity no mundo (caso de Irã e Rússia) estão envolvidos nas disputas.

Desde o começo de abril, o Brent vem subindo de forma expressiva, o que o levou a romper os US$ 90, maior patamar de preço para a commodity em quase seis meses.

Outro fator que pesa sobre as aéreas nos últimos dias é a piora das perspectivas para juros, desde que o dado de inflação ao consumidor de março nos EUA surpreendeu negativamente o mercado. Era esperado que o indicador medido pelo CPI desse sinais de arrefecimento nesta leitura, o que sinalizaria possível espaço para o banco central americano cortar juros. Mas não teve nada disso.

Com juros altos por mais tempo lá fora, a queda da Selic fica limitada, o que provocou reajuste em toda a curva de futuros. A abertura da curva de juros afeta o poder de compra e a confiança do consumidor, além de manter o custo da dívida alto. As aéreas, cabe lembrar, operam bastante alavancadas (relação entre a dívida e a receita operacional) desde a pandemia.

Nesta semana também foi divulgada a queda de 9,14% no preço das passagens aéreas em março, conforme reportado pelo IPCA.

Resumo da história: céu cada vez mais encoberto para as aéreas levantarem voo.

Turbulências — Foto: GettyImages
Turbulências — Foto: GettyImages



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