À espera de decisões monetárias ao redor do mundo, mercado acompanha Boletim Focus e movimentações em Brasília | Bolsas e índices
Depois de o Banco Central Europeu (BCE) optar por subir os juros novamente na semana passada, nos próximos dias o mercado aguarda decisões de política monetária no Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, Japão e China. Além das expectativas para o caminho dos juros ao redor do mundo, os agentes financeiros também ficam de olho nas movimentações em Brasília e nas pistas trazidas pelo Boletim Focus de hoje (18).
As decisões monetárias do Brasil e dos Estados Unidos são as mais aguardadas pelos investidores locais nesta semana. E as duas serão anunciadas nesta quarta-feira (20), dia que fica conhecido como “Super Quarta“. As expectativas são de uma nova queda da Selic por aqui, especialmente após o PIB do segundo trimestre surpreender positivamente. Com isso, os investidores entnderam que as pressões inflacionárias podem aumentar devido à atividade aquecida.
Por outro lado, a inflação tem dado sinais de controle. O IPCA de agosto, por exemplo, veio aquém do esperado. Ainda assim, as estimativas do Boletim Focus (relatório semanal do BC que traz as projeções dos economistas para importantes indicadores) vêm mostrando que o mercado espera uma inflação maior do que o que era projetado antes. Hoje (18), um novo relatório será divulgado e os agentes financeiros devem ficar atentos.
Nos Estados Unidos, diante dos dados recentes da economia americana, que seguem mostrando força, os investidores apostam na possibilidade de mais aumentos de juros. Ainda assim, a aposta não é unanimidade. Especialmente após os núcleos da inflação (ou seja, a variação dos preços sem contar com choques como aumento do combustíveis e alimentos) darem sinais de arrefecimento.
Ao longo da semana, o mercado ainda acompanhará as decisões monetárias do Banco da Inglaterra (BoE), do Banco do Japão (BoJ) e do Banco do Povo da China (PBoC). Este último tem feito cortes nos juros a fim de estimular a economia por lá, o que já vem sendo sentido positivamente na economia e no mercado.
Por aqui, o mercado acompanha as movimentações em Brasília. Nos últimos dias, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) disse que o Centrão entrou na base do governo, após os partidos do bloco receberem ministérios. Com isso, a “governabilidade” aumenta e é possível que algumas medidas da agenda econômica avancem mais rapidamente no Congresso.
É o caso, por exemplo, da reforma tributária. Segundo Lira, o assunto deve ser concluído em outubro, assim que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) voltar do Senado. O presidente da Câmara ainda afirmou que acredita na aprovação da taxação das offshores. Agora, o mercado aguarda para ver se medidas tão esperadas pelos agentes financeiros saem do papel.
- A Petrobras firmou parceria com a Coppe/UFRJ para desenvolver tecnologia que pode aumentar a oferta de gás natural pela petroleira. A solução é uma membrana que separa o gás carbônico do gás natural nas plataformas do pré-sal, um ambiente que tem maior pressão e exige ferramentas mais elaboradas. A estatal já utiliza a membrana, mas depende de poucos fornecedores internacionais para importar a tecnologia.
- As vendas do varejo ampliado poderão crescer 5,2% de janeiro a novembro em relação ao mesmo período do ano passado, indica estudo recém-divulgado pelo Instituto Brasileiro dos Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) e FIA Business School obtido pelo Valor. A receita real do varejo restrito (que exclui vendas de automóveis, motos, peças e material de construção) deve ter alta mais modesta: 1,2%. Caso esse cenário se confirme, o setor ruma para superar o desempenho do ano passado, quando a receita real do varejo restrito avançou 0,68% sobre 2021 e a do ampliado recuou 0,69%. A receita real desconta a inflação.
