
‘Prévia do PIB’ e indicadores dos EUA marcam o dia, enquanto mercado aguarda Americanas (AMER3) | Bolsas e índices
Nesta quinta-feira (16) pós-feriado, o mercado deve repercutir os dados inflacionários dos Estados Unidos que confirmaram a desaceleração da alta dos preços por lá. O dia também é marcado por dados da produção industrial de lá, alem dos pedidos de seguro-desemprego na última semana. Aqui, o destaque vai para o IBC-Br, também conhecido como “prévia do PIB”. Além da agenda de indicadores, os investidores também ficam atentos às movimentações políticas para decidir se haverá ou não uma mudança na meta fiscal de 2024 e ao balanço da Americanas, que após ser adiado pode ser divulgado hoje.
Às 9h desta quinta-feira (16), o Banco Central divulga o IBC-Br do mês de setembro. O indicador de atividade é conhecido como “prévia do PIB” e serve como um termômetro da economia local. Em agosto, ele caiu mais do que o esperado e acendeu um alerta no mercado. Com o novo recuo do setor de serviços em setembro, pode ser que uma nova surpresa negativa aconteça. Ainda assim, as expectativas para o PIB continuam iguais. Pelo menos é o que mostrou o Boletim Focus. Nesta semana, os economistas continuaram projetando um crescimento de 2,89% da economia neste ano.
Ainda na agenda do dia, o mercado monitora dados dos EUA. Às 10h30 de Brasília, há a divulgação do número de novos pedidos de seguro-desemprego na semana que foi até o dia 11 de novembro e às 11h15 há dados da produção industrial.
Ambos são importantes por servirem como um termômetro de pressões inflacionárias. Caso ambos mostrem uma atividade pujante da economia por lá, os riscos inflacionários seguem no radar. Do contrário, o mercado pode continuar relaxando um pouco mais e o apetite ao risco deve continuar.
Isso porque ontem (15), durante o feriado da Proclamação da República no Brasil, a inflação ao produtor dos EUA registrou queda de 0,5% em outubro ante setembro. O indicador mostrou que o aumento dos juros por lá tem surtido efeito, o que reforçou a tese de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve pausar a trajetória de alta.
Além da agenda de indicadores, o mercado também monitora a agenda política e das empresas. Em Brasília, o presidente Lula deve se reunir hoje com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, segundo informações do jornal O Globo. O encontro acontece após o governo decidir que não vai apoiar uma mudança na meta fiscal de 2024. Segundo o Valor, o governo adiou mais uma vez a decisão de apresentar uma emenda fazendo uma alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano que vem, o que dá mais fôlego para Haddad, que defende a manutenção do objetivo de zerar o déficit.
O assunto é importante porque mostra o quão compromissado está o governo em manter a saúde das contas públicas. Caso o governo tenha um perfil mais “gastão”, as pressões inflacionárias aumentam, o que pode impactar na trajetória de cortes da Selic e, claro, penalizar a bolsa.
Ainda no âmbito das expectativas do que deve acontecer hoje, o mercado aguarda a divulgação do balanço da Americanas. Após vir à tona as fraudes financeiras da companhia, era esperado que os resultados financeiros de 2022 fossem conhecidos na segunda-feira (13), mas a divulgação foi adiada e há quem acredite que os números devam sair hoje.
