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Dia dos Pais: 12 empreendedores contam o que levaram da paternidade para as empresas | Empreendedorismo


Importância do legado, empatia, sensibilidade e paciência. Foram essas algumas das expressões que ouvimos ao perguntar a empreendedores o que levaram da paternidade para o mundo dos negócios. Em alguns casos, a empresa nasceu antes dos filhos, mas ganhou contornos mais humanos conforme o olhar do criador era mais influenciado pela rotina familiar. Outros contam que batalharam para conseguir alcançar um equilíbrio entre o empreendedorismo e as famílias.

A equação está longe de ser solucionada — apenas 12% das empresas brasileiras oferecem licença-paternidade estendida aos funcionários, segundo um levantamento da VR Gente, braço de capital humano da VR —, mas há avanços nessa relação.

Neste Dia dos Pais, PEGN procurou 12 fundadores e empreendedores para entender como a paternidade influenciou na forma como eles lidam com as empresas e como fazem para transferir os aprendizados que têm com os filhos para o dia a dia dos negócios. Confira:

Caito Maia, fundador da Chilli Beans: “Sensibilidade com as pessoas”

Caito Maia, fundador da Chilli Beans, com um dos filhos — Foto: Divulgação

“Uma coisa que eu definitivamente trouxe da paternidade para o dia a dia dos negócios foi uma maior sensibilidade com as pessoas. O desafio de educar meus filhos, me posicionar sobre vários temas, conversar e orientar, sem nunca trazer imposição ou agressividade, me deu mais jogo de cintura para lidar com pessoas. Eu trouxe essa sensibilidade para dentro da Chilli Beans e aplico isso na minha rotina com todos.”

Alberto Saraiva, fundador e presidente do Habib’s: “Resiliência e cuidado”

Alberto Saraiva, fundador e presidente do Habib’s (ao centro) com os filhos — Foto: Acervo pessoal

“Acho que a paternidade é o maior dos meus desafios. Apesar de sempre dizer que o Habib’s é o meu primeiro filho, foi com o nascimento dos meus cinco que eu aprendi o que é resiliência, cuidado e amor. E isso eu levo para o dia a dia da empresa e que desejo que chegue até os meus clientes. Empreender é um ato de amor e, mesmo o amor entre pai e filhos sendo algo incomparável, ele é uma escola que devemos aplicar em todas as áreas da nossa vida”

Paulo Rogério Moreira da Silva, sócio-fundador e COO da Pizza Crek: “Mais responsabilidade”

Paulo Rogério Moreira da Silva, COO da Pizza Crek, com a família — Foto: Acervo pessoal

“Sou pai de dois filhos, o Pedro e a Maia, de 12 e 11 anos. Eles me ensinaram a ter mais responsabilidade, a sempre ser mais calculista, ter mais parcimônia nas decisões. Estamos com a Pizza Crek há 15 anos, meus filhos vieram em um momento de desafios no negócio. Mas isso fez com que eu buscasse mais, que eu batesse em mais portas, e o sucesso que nós temos hoje é pautado neles também. Porque tudo o que a gente faz, tudo o que eu faço, é pensando no bem-estar deles.”

Altino Cristofoletti Junior, CEO e sócio-fundador da Casa do Construtor: “Compartilhar experiência”

Altino Cristofoletti Junior, CEO e sócio-fundador da Casa do Construtor, com a família — Foto: Divulgação

“Acredito que pais e empreendedores têm muito em comum e aprendi lições exercendo ambos os papéis. A primeira é dividir os conhecimentos e a experiência acumulados ao longo da vida, já que somos formadores de seres humanos. Assim como temos que orientar os filhos nas mais diversas situações, o mesmo acontece com os integrantes de uma equipe. Além disso, é fundamental respeitar a individualidade de cada um, valorizando os pontos fortes e ajudando a reconhecer as limitações como oportunidades de aprimoramento. Somente assim teremos pessoas felizes ao nosso redor, sejam elas filhos ou colaboradores.”

Rogério Barreira, presidente da divisão Brasil da Arcos Dorados, franqueada do McDonald’s: “Troca de experiências”

Rogério Barreira, presidente da Divisão Brasil da Arcos Dorados, franqueada do McDonald’s — Foto: Divulgação

“A paternidade me apresentou a um amor incondicional, gigante. Tento apoiar meu filho o máximo possível, com estudo e aconselhamentos. Isso gera uma troca muito valiosa, que tento aproveitar. Ele aprende comigo e eu com ele. Isso me faz refletir e melhorar as interações dentro do trabalho, especialmente porque na Arcos Dorados estamos muito conectados aos jovens, por meio dos restaurantes McDonald’s. E eu valorizo essas trocas de experiências, pois isso nos conecta com eles. E isso é o mais importante.”

Rodrigo Nunes, CEO da Ad Clinic: “Inspiração para empreender”

Rodrigo Nunes, CEO da Ad Clinic, com os filhos — Foto: Acervo pessoal

Meus filhos foram minha maior motivação para quebrar as barreiras do comodismo e buscar sempre o melhor para nossa família. Desde cedo, sempre procurei ensiná-los a darem o seu melhor em tudo o que fazem, incentivando a conquistar suas próprias coisas e a buscar o melhor resultado, seja na escola ou nas escolhas do dia a dia.”

Tom Moreira Leite, sócio e CEO do Grupo Trigo (Spoleto e China in Box) e presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF): “Olhar com empatia”

Tom Moreira Leite, presidente da ABF — Foto: Divulgação

Como pai e empreendedor, aprendi que é preciso praticarmos, diariamente, a empatia. Nunca sabemos ao certo como o outro se sente. Minimizar seus sentimentos e recriminar a forma como agem frente a uma situação desafiadora é um grande erro. Pais e líderes empáticos se tornam mais próximos aos seus filhos e integrantes de suas equipes. E proximidade, jogo aberto e olho no olho são pilares das boas relações, independentemente da natureza.”

Lucas Moreira, CEO da Splash Bebidas Urbanas: “Tempo de qualidade”

Lucas Moreira, CEO da Splash Bebidas Urbanas, com as duas filhas — Foto: Acervo pessoal

“A paternidade me ensinou a valorizar cada momento com minhas filhas e a buscar um equilíbrio saudável entre minha vida profissional e pessoal. A disciplina que desenvolvi para administrar meu tempo e priorizar as atividades mais importantes também se reflete em como gerencio a Splash. Isso me permite dedicar tempo de qualidade tanto à empresa quanto à minha família, criando uma harmonia que beneficia ambas as áreas. As lições que aprendi com minhas filhas têm guiado minha abordagem nos negócios, influenciando desde a forma como lido com desafios até a maneira como nutro a inovação e a empatia em minha equipe.”

José Carlos Semenzato, fundador e presidente do conselho do Grupo SMZTO: “Projetar o futuro”

José Carlos Semenzato, presidente do conselho do Grupo SMZTO, e o filho Bruno Semenzato, diretor geral da SMZTO — Foto: Acervo pessoal

“Assim como a paternidade amplia nossa visão para além do presente, ela também nos ensina a importância de construir nossos negócios com um olhar de longo prazo. Cada decisão empresarial passa a ser guiada não apenas por números, mas pela responsabilidade de construir um legado duradouro para nossos filhos. A paternidade nos inspira a pensar não apenas nos resultados imediatos, mas a projetar o futuro, antecipando desafios e garantindo que as bases que estamos lançando hoje sustentarão não somente nossos empreendimentos, mas também o bem-estar das próximas gerações.

Felipe Abreu, sócio-fundador da franquia Odonto Special by Sabrina Sato: “Importância do legado”

Felipe Abreu, sócio-fundador da franquia Odonto Special by Sabrina Sato, com os filhos — Foto: Acervo pessoal

“Desenvolvi uma sensibilidade maior em relação à importância de deixar um legado significativo para o futuro. Embora o desejo de criar um impacto positivo sempre estivesse presente, a vivência da paternidade ampliou essa percepção. Como se ficasse mais evidente o quanto minhas ações influenciam diretamente a vida de outra pessoa, especialmente quando se trata dos meus filhos. Essa responsabilidade conjunta de ser pai e empreendedor também intensifica o nosso comprometimento, pois moldamos não apenas nosso próprio caminho, mas também estamos guiando a próxima geração em direção a resultados que almejamos para eles.”

Fritz Paixão, fundador da Clean New: “Compartilhar conquistas”

Fritz Paixão, fundador da CleanNew, com a filha — Foto: Acervo pessoal

A paternidade me trouxe como aprendizado que o verdadeiro propósito que busco de nada é válido se eu não tiver com quem compartilhar minhas conquistas. A partir do momento que fui pai, entendi qual é meu verdadeiro papel na vida. Empreender é educar, partilhar aprendizados, conhecimentos, conquistas e derrotas em prol de um futuro melhor, seja para sua empresa, para os colaboradores, para sua família ou para seus filhos.”

Alan Parise, sócio-fundador e diretor de expansão da Mais1.Café: “Gestão de tempo”

Alan Parise, sócio-fundador da Mais1.Café com a filha — Foto: Acervo Pessoal

Ser pai me ensinou a ter gestão de tempo, principalmente para entender os momentos de trabalho e os momentos com a família. Além disso, também trouxe o aprendizado sobre gestão de custos, que é extremamente aplicado aos negócios e em casa, para trazer mais conforto para a minha família.”



PEGN

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