Dicas

Cacau Show investe R$ 3 milhões para instalar espaço com montanha-russa em fábrica | Negócios


O pátio da fábrica da Cacau Show, em Itapevi (SP), se transformou em um miniparque de diversões, tendo como principal atração uma montanha-russa italiana, que levou oito dias para ser montada e que já atraiu 4 mil pessoas no primeiro final de semana de funcionamento (21 e 22/10). Ale Costa, fundador da rede de chocolates, avisa que é “só o começo”.

PEGN esteve no evento de lançamento do espaço para conhecer as atrações. Quem espera fortes emoções deve saber que o frio na barriga não é a tônica da montanha-russa batizada de Gira Chocomonstros. Não há quedas ou loopings, mas seus carrinhos, que acomodam duas pessoas, giram durante o percurso. Da atração, instalada ao lado do estacionamento da empresa, é possível ter uma visão dos principais prédios da sede da maior rede de franquias do país e da rodovia que liga a cidade de Itapevi à capital. Uma das características mais marcantes, porém, é aguçada por outro sentido, o olfato: durante todo o trajeto é possível sentir o cheiro do chocolate sendo produzido nas dependências da fábrica.

A estrutura do espaço custou R$ 3 milhões e tem cinco atrações. Além da montanha-russa, há carrossel italiano, dark ride (passeio de trilhos pela fábrica), boliche e carrossel com fusca. Os bilhetes para os brinquedos são pagos individualmente pelo visitante, com preços a partir de R$ 5.

Juntas, as atrações formam o Cacau Show Experience, uma extensão da megastore de fábrica. A loja, sozinha, deve faturar R$ 40 milhões neste ano, e toda a renda obtida no local é revertida para o Instituto Cacau Show, organização sem fins lucrativos que oferece oportunidades socioeducacionais para crianças e adolescentes. O que for obtido com o parque também entrará nesse repasse. Costa espera que as novas atrações tragam cerca de 10% de aumento na receita no espaço.

Ele conta que conheceu a montanha-russa em maio, durante uma visita a uma feira de chocolates na Alemanha. “Resolvemos passar na Itália e essa montanha-russa estava montada no fornecedor, que ia despachar para um cliente russo, mas que não a recebeu, por conta da guerra”, disse. Ele se interessou pelo que viu e não pensou duas vezes. “Liguei para a diretoria [da Cacau Show], perguntei se caberia no pátio da empresa e trouxe”, diz, em entrevista a PEGN.

Costa frisa que o novo espaço é apenas uma extensão da megaloja e não o parque de diversões que ele vem aventando há alguns anos, entre negociações com Beto Carrero e Hopi Hari e a decisão de fazer algo solo. “Esse é o sonho grande”, avisa. A ideia dele é que o parque de diversões seja diferente do que já é visto em grandes empreendimentos no Brasil, com uma tematização mais marcante, a exemplo dos parques da Disney.

Ale Costa, presidente da Cacau Show e o apresentador Celso Portiolli com os Chocomonstros, personagens criados pela marca — Foto: Divulgação
Ale Costa, presidente da Cacau Show e o apresentador Celso Portiolli com os Chocomonstros, personagens criados pela marca — Foto: Divulgação

“Eu acho que vamos ser, no Brasil, o primeiro parque temático de verdade. Temos um tema muito rico. Queremos trabalhar muito com olfato, luz, som, uma experiência imersiva mesmo. Se não for assim não faz sentido para nós”, diz.

Entre os convidados do evento de inauguração do Cacau Show Experience estavam influenciadores especializados em entretenimento infantil e parques de diversões, o prefeito da cidade de Itapevi, Igor Soares (Podemos-SP), o apresentador Celso Portiolli e representantes da Associação das Empresas de Parques de Diversão do Brasil (Adibra), reforçando a expectativa pelo que a Cacau Show tem prometido para o setor no Brasil.

Enquanto a conversa acontecia, a música-tema dos Chocomonstros, personagens criados pela marca, tocava ao fundo. Costa disse que eles serão os principais elos entre as experiências de parque e as mais de 4 mil lojas próprias e franquias. A tematização já pode ser encontrada em produtos da Cacau Show e na comunicação dos pontos de venda. “Essa memória afetiva que vamos criar no parque vai ser levada para as lojas. É [uma forma] de criar uma semente nas pessoas.”

Carrossel de fusca remente à história da Cacau Show: Ale Costa começou vendendo trufas a bordo de um veículo do tipo — Foto: Divulgação
Carrossel de fusca remente à história da Cacau Show: Ale Costa começou vendendo trufas a bordo de um veículo do tipo — Foto: Divulgação

Aquisição de maquinário da Pan e entrada da Nestlé em franquias

Em setembro, a Cacau Show arrematou os equipamentos e imóvel da Pan por R$ 71 milhões. Costa diz que aguarda a homologação da compra para decidir o destino dos equipamentos e conta que investiu na aquisição pela admiração que tem pela marca.

“São máquinas históricas. Honestamente, talvez não tenha 20% de equipamentos que ainda sejam utilizáveis com eficiência. Hoje uma máquina embala 1 mil bombons por minuto, eles têm máquinas que embalam 100. O custo da manutenção e da mão de obra é muito maior, mas são máquinas históricas, de 1940 e 1950. Quando eu era pequeno eu visitava a fábrica, era do avô de uma amiga que estudava comigo [o empreendedor Osvaldo Falchero].”

Costa explica que, como se trata de um lote de cerca de 500 máquinas, ele optou por comprar também o imóvel, pois não teria onde alocar os equipamentos. “Estamos agora refletindo sobre o que faremos. O que podemos garantir é que vamos respeitar a história. Outros proponentes iam querer o terreno e mandar as máquinas para o ferro-velho.” Ele não descarta expor uma parte do maquinário em museu, mas também aparenta ter outros planos: “Quem sabe algumas podem ir para uma fila imersiva de um parque?”, brinca.

A marca Pan será leiloada nas próximas semanas por um lance inicial de cerca de R$ 27,6 milhões. A Cacau Show não comenta sobre a possibilidade de participar deste certame, mas diz que está sempre atenta a oportunidades.

O nome da rede de franquias também esteve no meio de outra negociação, anunciada há pouco mais de um mês: a compra do Grupo CRM, dono de Kopenhagen e Brasil Cacau, que foi acertada pela Nestlé, e aguarda parecer do Cade. Na época, foi divulgado que a Cacau Show teria tentado comprar o CRM.

Costa diz que vê a aquisição de seu principal concorrente pela multinacional suíça como um “movimento natural” para o setor. “Novidade traz inquietude. Mas, honestamente, quem abre 1 mil lojas por ano não nasceu para ficar na zona de conforto. Eles vão fazer o trabalho deles, vamos fazer o nosso e vamos dialogar de forma respeitosa, como sempre fizemos.”



PEGN

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo