Bolsas da zona do euro fecham em alta com expectativa de corte de juros no início de 2024 | Investimento no Exterior
As bolsas da Europa fecharam em alta nesta terça-feira (5) diante do sentimento de que o Banco Central Europeu (BCE) poderá cortar os juros já no início de 2024. A exceção foi a bolsa de Londres, pressionada por queda das ações de mineradoras e do banco Barclays. Suporte para o mercado veio dos índices de gerentes de compras (PMIs) que avançaram ligeiramente em novembro, mas permanecem em território contracionista, o que reforça o sentimento de que o BCE pode cortar juros para evitar uma recessão.
No fechamento, o índice Stoxx 600 subia 0,40% a 467,62 pontos. Já o índice Dax da bolsa de Frankfurt avançou 0,78% a 16.533,11 pontos, recorde histórico. O índice CAC 40 de Paris subiu 0,74% a 7.386,99 pontos. Já, em Londres, o FTSE 100 recuou 0,31% a 7.489,84 pontos.
Em entrevista à Reuters, a conselheira do Banco Central Europeu, Isabel Schnabel, afirmou que diante da forte queda da inflação, novas altas nos juros serão descenessárias. Ela disse também que não descarta cortes juros já em 2024, uma mudança expressiva de posição.
Como Schnabel é vista como um dos membros do BCE mais conservadores, o comentário dovish fez com que aumentassem as expectativas de cortes já a partir de março, o que pressionou o rendimento dos títulos europeu.
A divulgação de PMIs da região deixou o cenário um pouco mais positivo também. O PMI composto da zona do euro subiu de 46,5 em outubro para 47,6 em novembro, ficando ainda em território contracionista. Já o PMI da Alemanha avançou de 45,9 para 47,8 e o do Reino Unido teve alta de 48,7 para 50,7, entrando em território positivo.
O mercado também viu com bons olhos a desaceleração do índice de preços ao produtor da zona do euro de outubro que ficou em 0,2% ante 0,5% no mês anterior.
Contrariando os demais indicadores, o FTSE fechou em queda, pressionado pela queda das ações das mineradoras, com a deterioração das cotações dos metais básicos diante do rebaixamento da China.
Antofagasta fechou em queda de 2,64%, Rio Tinto recuou 0,51%, Anglo American caiu 3,12% e Glencore perdeu 1,18%. Também pressionou a bolsa de Londres a queda das ações do Barclays, depois que a Qatar Investiment Authority informou que vai vender US$ 644,3 milhões de ações do banco. O Barclays fechou em queda de 2,46%.
Além de dar um gás nas bolsas, o sentimento de que o BCE encerrou seu aperto monetário e poderá iniciar seu afrouxamento monetário pressionou a curva de juros dos títulos europeus.
O rendimento do bund alemão de 10 anos fechou a 2,2380%, de 2,3500 ontem. Já o papel espanhol de mesmo vencimento recuava de 3,362% para 3,25. Na França, o yield (retorno) do título de 10 anos caia de 2,921% para 2,795% e o rendimento do papel de 10 anos da Itália recuava de 4,115% para 3,991%. No Reino Unido, o gilt de 10 anos caia a 4,0280%, de 4,1970%.
Conteúdo publicado no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.