
Bolsas da Europa sobem com inflação fraca nos EUA sinalizando fim de apertos em juros | Investimento no Exterior
As bolsas da Europa fecharam em forte alta nesta terça-feira impulsionadas pelo resultado da inflação de outubro mais fraca que o esperado nos Estados Unidos e pelo sentimento de que este dado pode levar o Federal Reserve (Fed, banco central americano) a encerrar o ciclo de aperto monetário.
Assim, o índice Stoxx 600 fechou em alta de 1,34% a 452,60 pontos. O índice FTSE 100 da bolsa de Londres subiu 0,20% a 7.440,47, a bolsa de Frankfurt avançou 1,76% a 15.614,43 e a bolsa de Paris subiu 1,39% a 7.185,68 pontos.
O CPI dos EUA ficou estável entre setembro e outubro e exibiu avanço de 3,2% na base anual. Já seu núcleo, que exclui preços de itens considerados voláteis como energia e alimentos, teve alta mensal de 0,2% e anual de 4%. Todos os números vieram 0,1 ponto percentual abaixo da mediana das projeções coletadas pelo “The Wall Street Journal”.
Em relatório assinado pelo economista do Bank of America, Stephen Juneau e equipe, o banco argumenta que as autoridades do Fed demonstraram recentemente estarem inclinados em uma pausa mas procuravam dados que apoiassem essa opinião.
“O relatório benigno do CPI de hoje sugere que a alta de setembro foi um ruído. O Fed deveria ser encorajado pelos detalhes do dado de hoje, especificamente a queda na inflação de moradia e um arrefecimento significativo nos serviços essenciais, excluindo a habitação”, afirmam.
Depois do CPI de hoje o BofA alterou sua posição e não espera mais uma alta em dezembro. E os mercados concordam, precificando menos de 10% de probabilidade de uma nova alta.
A bolsa de Frankfurt é que mais sobe amparada pela melhoria das perspectivas econômicas da Alemanha. O índice Zew de sentimento econômico da Alemanha saltou para 9,8 em novembro, de -1,1 em outubro em comparação com -11,4 em setembro. Economistas consultados pelo “The Wall Street Journal” esperavam um aumento menor, para 5,0.
A melhoria das expectativas econômicas foi impulsionada por uma perspectiva significativamente mais otimista para o setor industrial alemão e para as bolsas globais, segundo a pesquisa.
Já a bolsa de Londres tem recuo expressivo apesar da estabilidade da taxa de desemprego – em 4,2% nos três meses até setembro – e do recuo do crescimento dos salários, de 7,9% no trimestre encerrado em agosto para 7,7%, segundo informou hoje Gabinete de Nacional de Estatísticas (ONS).
“O ritmo de crescimento salarial diminuiu ligeiramente nos três meses até setembro, mas ainda é historicamente elevado e será uma leitura desconfortável por parte dos decisores políticos do Banco de Inglaterra (BoE) quando se reunirem em dezembro”, afirma o chefe de análise financeira da AJ Bell, Danni Hewson.
Assim como nos EUA, os rendimentos dos títulos europeus também caíram após o CPI, com um ajuste na curva de juros à medida que o mercado precifica um cenário menos restritivo. No Reino Unido, os rendimentos dos gilts de 10 anos caíram para 4,159%, de 4,319% no fechamento anterior. Na Alemanha, o yield do Bund de 10 anos caia de 2,715% para 2,606%.
Conteúdo publicado no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.
