
Citi corta preço-alvo de Lojas Renner (LREN3), mas diz varejo ainda vale a pena. Por quê? | Empresas
O Citi cortou o preço-alvo de Lojas Renner de R$ 24 para R$ 18, potencial de alta de 39,2% sobre o fechamento de ontem, reiterando recomendação de compra. Perto das 13h15, a ação recuava 1,78%, a R$ 12,70.
Sobre Lojas Renner, os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo escrevem que a companhia deve mostrar recuperação sequencial nas vendas mesmas lojas no terceiro trimestre, mas em um ritmo mais lento e gradual do que o inicialmente previsto.
Eles afirmam que não deve ser um único fator que explica essa diferença entre a expectativa e a realidade, destacando que o cenário de crédito continua desafiador e a competição em varejo de vestuário está acirrada.
O banco reduziu estimativas de receitas para os próximos anos em torno de 2% a 5%, refletindo o ambiente mais desafiador, o também deve impactar as margens da companhia.
Há também a expectativa de maior taxa efetiva, com o possível fim dos juros sobre capital próprio e mudanças nos subsídios de ICMS, o que vão reduzir o lucro da Lojas Renner.
Mesmo assim, veem que a partir do quarto trimestre as comparações anuais começam a ficar mais favoráveis à companhia, além das ações estarem sendo negociadas a múltiplos descontados, justificando ainda a recomendação de compra.
Por que varejo ainda vale a pena?
Os múltiplos das ações do setor de varejo não devem ficar excessivamente esticados mesmo no pior cenário possível de fim dos benefícios fiscais vindos dos juros sobre capital próprio e dos incentivos de ICMS, diz o Citi.
Soares e Reboredo escrevem que nenhuma empresa ficaria com múltiplo de preço-lucro acima de 20 vezes nos próximos dois anos mesmo no pior cenário, mostrando que muito já foi precificado pelos investidores.
A Alpargatas teria múltiplo de 19 vezes em 2024, no limite, enquanto Lojas Renner fica em 12 vezes, mesmo neste pior cenário. Não é o cenário-base que o banco utiliza nas suas avaliações atualmente.
Eles notam que o governo estuda alternativas para criar formas de reduzir o impacto do fim dos juros sobre capital próprio e há mais de um mês não se fala sobre os subsídios de ICMS.
Com informações do Valor PRO, serviço de tempo real do Valor Econômico.
